O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta terça-feira (28/03), as projeções atualizadas para a inflação brasileira em 2023. As variações do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foram estimadas em 5,6% e 5,5%, respectivamente, conforme as tabelas abaixo:
A expectativa é que 2023 reflita o que foi observado no primeiro bimestre de 2023, com contínua desaceleração dos preços dos bens e serviços livres, aliada a uma alta mais intensa dos preços administrados. Em comparação com a estimativa do IPCA divulgada em dezembro de 2022 (4,9%), houve uma revisão para cima (5,6%), por conta do desempenho menos favorável dos preços administrados e dos serviços, especialmente os relativos à educação.
Para os preços administrados, o aumento da previsão é explicado, entre outros fatores, pelo impacto da reoneração dos combustíveis, já com os descontos decorrentes da queda do preço de venda da gasolina pela Petrobras às distribuidoras. Além disso, houve reajustes acima do esperado para os planos de saúde nos dois primeiros meses do ano. Com isso, a projeção de inflação dos bens e serviços monitorados passou para 8,2%, frente aos 5,6% previstos em dezembro de 2022.
Já os serviços livres foram bastante influenciados pelo reajuste das mensalidades escolares, ocorrido em fevereiro, em magnitude acima da estimada. Dessa forma, a expectativa de inflação para os serviços educacionais saltou de 5,7% para 8,5% em 2023, gerando, consequentemente, uma alta na previsão inflacionária dos serviços totais de 5,4% para 6,0%.
O bom comportamento dos alimentos no primeiro bimestre funcionou de contraponto a outros segmentos e fez com que a inflação dos alimentos esperada para o ano recuasse de 5,2% para 4,5%. Em relação às outras categorias, houve pouca alteração para as projeções relativas a bens industriais e serviços livres exceto educação, que devem registrar inflações de 3,0% e 5,6%, respectivamente – frente a 3,2% e 5,4% previstos em dezembro de 2022.
A projeção do Ipea para o INPC de 2023 também foi revista de 4,6% para 5,5%. Neste caso, os modelos mostram que a inflação estimada para os preços administrados e para os serviços de educação deve ser mais intensa, avançando de 5,6% e 5,7% para 7,8% e 8,3%, respectivamente. Já a alta prevista para os alimentos no domicílio foi revisada para baixo, de 5,1% para 4,4%. Por fim, as expectativas inflacionárias para os bens industriais e os demais serviços livres ficaram praticamente estáveis, passando de 3,3% e 5,5% para 3,2% e 5,6%, nesta ordem.
Fonte: IPEA