Agência eleva nota de crédito da Petrobras e de outras empresas

Por Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro

A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito de várias empresas brasileiras, entre as quais, a Petrobras. Ao todo, 22 companhias tiveram o grau aumentado de BB para BB+. Segundo a Fitch, a melhora das classificações está diretamente relacionada à elevação da nota de crédito do Brasil, na última quarta-feira (26), quando o país passou de BB- para BB.

De acordo com a Fitch, a perspectiva no grau obtido é de estabilidade, tanto para o Brasil como para as demais empresas. 

Além da Petrobras – maior empresa do país, avaliada em mais de R$ 400 bilhões, a reavaliação da Fitch inclui companhias como: Aché Laboratórios Farmacêuticos, BR Malls (shopping center), Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), Companhia de Saneamento de São Paulo (Sabesp), Companhia Energética de São Paulo, Energisa (distribuidora de energia), Globo, Localiza (aluguel de carros), Rede D’Or São Luiz (hospitais) e Rumo Logística.

Ratings

A nota de risco (conhecida como rating) é uma classificação que agências emitem periodicamente em relação a países, empresas e ativos financeiros. Servem como uma espécie de bússola para investidores na hora de tomar decisões de alocação de investimentos ou concessão de empréstimos. Quanto melhor a classificação de risco, maior a facilidade para um país receber investimento estrangeiro ou obter melhores condições de financiamento. Alguns fundos de pensão, por exemplo, têm regulamentação própria que só permite alocar recursos em países com grau de investimento. As outras principais agências globais são a Moody’s e a Standard & Poor’s.  

Ao fazer a avaliação, a Fitch leva em consideração a credibilidade e capacidade de os agentes emissores – governo ou empresas – pagarem dívidas. As notas são distribuídas em dois graus: o especulativo e o de investimento, este último formado pelas instituições com as melhores avaliações. 

Upgrade relevante

O diretor financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Sergio Caetano Leite, vê na mudança de rating uma forma de reduzir o custo de financiamento da estatal.“Esse upgrade [elevação da nota] é muito relevante para a Petrobras porque vem ao encontro de algo que nos é muito caro, que é a redução do nosso custo de capital, com a consequente geração adicional de valor para os nossos investidores. A Fitch reconhece, na sua avaliação, a solidez financeira da Petrobras. Seguiremos trabalhando para que a Petrobras seja percebida cada vez mais como um investimento seguro e rentável”, disse à Agência Brasil.

Nos critérios da Fitch, a pior classificação é a D, que indica risco de inadimplência considerado alto, o “grau especulativo de moratória”. Conforme diminui a possibilidade de não pagamento da dívida, as notas evoluem para C, CC, CCC. Nesta escala, em seguida, são atribuídas as notas da categoria de especulação, B-, B, B+, BB-, BB e BB+. 

No grau de investimento, as notas BBB-, BBB, BBB+ classificam como média a qualidade de investimento. As notas de maior grau de investimento são, em ordem crescente, A-, A, A+, AA-, AA, AA+ e AAA.  

O Brasil deixou de ser grau de investimento em 2015 e, em 2018, foi rebaixado para BB-. Com a elevação da última semana para a nota BB, o país fica agora a dois passos do grau de investimento. Já para as empresas brasileiras que receberam o BB+ fica faltando apenas um degrau.

Crescimento da economia

Ao reclassificar o Brasil, a Fitch afirmou que “a elevação do rating reflete o desempenho macroeconômico e fiscal acima do esperado, em meio a sucessivos choques nos últimos anos, políticas proativas e reformas que sustentaram este desempenho, bem como a expectativa da Fitch de que o novo governo se empenhará em realizar melhoras adicionais”. 

A agência destacou ainda que o país está apoiado em um mercado de trabalho forte e que espera um crescimento da economia de 2,3% em 2023, acima do 0,7% projetado anteriormente. A Fitch apontou que o país conseguiu derrubar a inflação acumulada de 11,9% para 3,2% em junho, “como resultado da redução dos custos dos alimentos e da energia, bem como do aperto da política monetária (juros altos mantidos pelo Banco Central)”, afirma a agência, que acredita em cortes na taxa de juros a partir de agosto.

Edição: Nádia Franco

Fonte: Agência Brasil
Fotografia: Fernando Frazão/Agência Brasil

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